sábado, 7 de maio de 2011

Ainda Bin Laden ...


“Especialistas em direitos humanos pedem mais informações sobre a morte de Bin Laden”, é o que informa o Boletim da ONU de 06/05/2001.

O mundo inteiro comenta sobre a operação militar que findou por capturar e matar o terrorista mais procurado do mundo.

Os comentários são diversos. Muitos questionam a legitimidade da operação, que invadiu um Estado, o Paquistão, sem autorização do mesmo. Avançaram pelo território até alcançar a casa onde o fugitivo se escondia e executaram a missão com êxito.

Os Estados Unidos teriam esse direito de invadir o território paquistanês e executar um inimigo? Não a luz do direito internacional, mas se o Paquistão não oferecer nenhuma queixa, reclamação, não haverá processo contra os estadunidenses.

Em verdade, sobre o Paquistão, sobrevoa a sombra da dúvida se estava pactuando com o terrorista, pois a casa em que Laden estava vivendo localizava-se próximo a uma academia militar paquistanesa e deixou o mundo todo perplexo como um inimigo procurado há dez anos pelas forças americanas e seus aliados estavam “ao lado”, ou melhor, dentro de território aliado, tão próximos a militares que lutam contra o terrorismo.

Afinal o Paquistão colaborou, ou não com o terrorista? O tempo dirá, pois as diversas especulações que possam ser feitas, hoje, neste sentido, vão de água à baixo quando, tanto EUA, quanto Paquistão precisam um do outro, em um jogo de simulações teatrais, necessárias dentro do equilíbrio de forças da região. Vão agir de acordo com suas necessidades. O Paquistão não questiona a invasão de seu território e reciprocamente os norte americanos não formalizam a suspeita de colaboração com o terrorista.

“Como no pôquer, blefar e enganar podem fazer uma grande diferença”, afirmou Nye (2009:75), quando comenta sobre o poder.

Essa operação vai ficar sem muitas respostas, principalmente as que esperam os especialistas de direitos humanos da ONU e a imprensa internacional.

Os Estados Unidos procuravam um inimigo de Estado por dez anos. Observem, a segunda grande guerra durou entre 1939/1945, portanto seis anos, e por dez anos os EUA entraram em duas guerras, capturaram Saddam Hussein (Iraque), prenderam centenas de supostos terroristas, ganharam antipatia do mundo inteiro, pelos seus métodos, mas não haviam capturado o líder da Al-Qaeda.

Não tinham capturado o homem que jurou destruir os estadunidenses e, cada hora que passava, tornava-se um mito, tanto para as diversas células terroristas (as franquias do terror), estimulando-as, quanto para o cidadão comum estadunidense, que já pensava em uma incompetência do Estado para lhe defender.

Os tempos são outros, talvez Barack Obama influencie, mas em outras gestões, talvez não tivéssemos direito a tanta informação (sic). Quem sabe se o helicóptero não caísse, não deixando pistas, se o Bin Laden não apareceria morto no Afeganistão, com três granadas na mão? Ou estaria sendo torturado para entregar informações úteis a guerra contra o terrorismo? São possíveis diversas conjecturas, mesmo que pareçam conspiratórias demais, ou hollywoodianas demais. Somente os EUA saberão a verdade.

O desejado, para uma comunidade internacional, um mundo de total cooperação entre os Estados, é que o Osama Bin Laden fosse capturado, levado a julgamento, com direito a defesa e condenado a pagar sua pena, mas que houvesse um julgamento.

Mas no sistema anárquico internacional o jogo do poder está sempre sugerindo que os atores mais fortes “convençam” os mais fracos, ou menos convincentes,a realizarem suas vontades, mesmos que não queiram.

Assistimos um país defender, com todas as armas, não só o seu território, seu povo, seus princípios, mas sua hegemonia. Estão se defendendo do terrorismo covarde que ceifou milhares de vidas estadunidenses e para eles não serve o argumento de que foram os EUA que criaram o Osama Bin Laden, para eles não procede.

Estavam caçando o responsável pelo ato terrorista de 11 de setembro de 2001 que matou 2.996 pessoas (incluindo os 19 terroristas seqüestradores), de 70 países diferentes.

Então não esperemos que todas as informações fornecidas serão autenticas, ou retratos verdadeiros do que ocorreu em 02 de maio de 2011, pois se precisar ocultar, ou blefar os EUA vão fazê-lo, em nome do jogo de poder, que muito bem sabem jogar.

O que podemos concluir, com a forma como terroristas executaram milhares de pessoas inocentes e a forma como Bin Laden foi morto, é que o mundo está longe de ser uma comunidade internacional, tão desejada, onde a cooperação e transparências entre os povos coordena nossa evolução.

Vivemos ainda uma anarquia fundamentada em princípios maquiavélicos onde o príncipe “na medida do possível, não deve se desgarrar do bem, mas deve saber como usar o mal quando necessário”.

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